Protestos na Bolívia deixam ao menos 23 mortos e 715 feridos, diz comissão

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A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) informou na noite deste sábado (16.nov.2019) em sua conta do Twitter que já são 23 os mortos em decorrência dos protestos na Bolívia desde que o presidente Evo Morales “renunciou” ao cargo a partir de “sugestão” das Forças Armadas.

A recomendação militar aconteceu depois da OEA (Organização dos Estados Americanos) indicar fraude na eleição. Ao menos 715 pessoas ficaram feridas.

Só na última 6ª feira (15.nov) foram 9 mortos e 122 feridos, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Pelo menos 3 jornalistas foram agredidos durante o exercício de sua profissão naquele dia. As mortes são fruto da repressão do Estado às manifestações da população.

Tanto a CIDH quanto a Rele (Relatoria para Liberdade de Expressão), braço da própria CIDH, disseram “expressar sua grave preocupação pelas ameaças de expulsão de autoridades, agressões e uso de gás por parte da polícia contra jornalistas que cobrem protestos”.

Divulgada no Twitter na última 6ª feira (15.nov.2019), a nota diz que “as forças de segurança da Bolívia devem se abster de agredir e facilitar o trabalho” dos profissionais que fazem a cobertura das manifestações. Ainda condena o “uso de força desproporcional da polícia” e “recorda ao Estado a sua obrigação de assegurar o direito à vida e integridade física para quem protesta pacificamente.”

Na cidade de Cochabamba, pelo menos 5 pessoas foram mortas a tiros na 6ª feira (15.nov.2019). “As armas de fogo devem ser excluídas dos dispositivos usados para controle de protestos sociais”, disse a CIDH. Sobre o uso de gás lacrimogêneo, a CIDH afirmou ainda que “atenta gravemente aos pilares jurídicos internacionais”.

MERCADOS DESABASTECIDOS

A onda de protestos está fazendo carne e frango acabarem nos supermercados da capital La Paz, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo. O país ainda enfrenta a escassez de ovo, algumas verduras, leite e pão. Postos de gasolina fecharam por causa das manifestações. A cidade, portanto, carece de combustível.

O desabastecimento acontece por causa de bloqueios de estrada feitos por partidários de Morales. Eles protestam contra a senadora e presidente autoproclamada Jeanine Áñez. Veículos que carregam alimentos estão sendo impedidos de passar nas estradas.

A matéria da Folha ainda mostra que pessoas fazem filas nos mercados para conseguir alimentos –mesmo com o preço mais alto. Em algumas cidades que dependem de vender seus produtos, os preços caíram, porque não conseguem vender para municípios vizinhos.

Fonte: Poder 360

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