Líder quilombola é executado com cinco tiros em Itapecuru-Mirim-Maranhão

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Blog de Ed Wilson Araújo

José Alberto Moreno Mendes, de 47 anos, conhecido como Doca, foi assassinado a tiros no final da tarde de sexta-feira (27), na comunidade Jaibara dos Rodrigues, uma das áreas integrantes do Território Quilombola Monge Belo, em Itapecuru-Mirim, a 122 Km de São Luís, capital do Maranhão.

A vítima estava próximo da sua residência, por volta das 17h50, quando dois homens se aproximaram em uma motocicleta (bros) preta, sem placa. Um deles desceu do veículo e disparou cinco tiros contra José Alberto Moreno Mendes, que morreu no local.

Doca era uma das lideranças quilombolas da região. Casado, deixa a viúva com quatro filhos. A Polícia Civil do Maranhão investiga o homicídio. Segundo a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar está na região prestando apoio às diligências.

Um dirigente da Uniquita (União das Associações e Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Itapecuru-Mirim) que não quis ser identificado levanta a hipótese de que o assassinato esteja ligado à violência da grilagem de terras que atinge os povos e comunidades tradicionais do Maranhão. “Já tivemos conflitos aqui na região. Umas pessoas que se dizem donos das terras chegaram com tratores, mas os quilombolas resistiram”, mencionou.

O Território Monge Belo tem 7.228 hectares e compreende oito comunidades sediadas nos municípios de Itapecuru-Mirim e Anajatuba. As terras ficam situadas às margens dos campos inundáveis fartos em recursos naturais que proporcionam a criação de peixes em açudes, agricultura familiar, extrativismo e criação de gado.

Formalizada em 2013, a Uniquita, é remanescente das lutas e resistências dos povos e comunidades tradicionais desde os anos 1950 pelo direito de morar e produzir nos territórios. A entidade foi criada, entre outros objetivos, para fortalecer as reivindicações pela titulação definitiva das terras quilombolas em todo o município de Itapecuru-Mirim.

 

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